Pela vida que me foi dada.
Eu nunca tive nada: nem família, nem amigos, nem mesmo um nome; não tinha, ao menos, um deus para orar. Não sabia ler ou escrever. As palavras que eu conhecia eram poucas, enquanto os calos nas mãos eram muitos. Tudo que eu sabia fazer era servir. Eu servia aos que se chamavam de “meus mestres”. Eu servia porque a única coisa que eu conhecia era a dor, e eu a detestava. Recuso-me a chamar aquilo de viver, por isso, digo que existi naquelas condições por muito tempo. Tempo demais. Não sei ao certo quantos anos, afinal, eu não sabia contar. O dia em que eu nasci foi o dia em que as correntes foram partidas. O exército de Ogrimar estava atacando a cidade onde eu estava. A guarda da cidade nem se comparava ao poderio militar de Ogrimar. Em pouco tempo, a cidade era deles. Meus “mestres” se escondiam no celeiro, onde eu dormia. Eles me ordenaram que os defendesse. Eu não sabia o que estava havendo, também não sabia o que era o tal exército, mas eu sabia bem o que eles fa